Olá! Meu nome é Mariana, e fui aceita no Caltech para a Turma de 2028. Veja aqui como eu consegui!
Minha Origem
Sou de Brasília, onde estudei em uma escola particular com bolsa de estudos. Minha escola nunca havia enviado um aluno para o exterior, então não recebi muito apoio. Obtive muita ajuda do programa Prep, uma mentoria preparatória gratuita para estudantes brasileiros, que me orientou e aos meus professores durante o processo de candidatura.
No total, me candidatei a 25 universidades e também fui admitida na UCLA, na Universidade do Arizona e em outras.
Por que os EUA e Caltech
Eu me interesso por astronomia e astrofísica desde criança. Percebi que essa área, infelizmente, não é muito valorizada ou desenvolvida no Brasil, com poucas universidades oferecendo cursos nesse campo. Sabendo que os EUA são um centro de exploração espacial com instituições como a NASA e a SpaceX, eu sabia que era o melhor lugar para perseguir meus objetivos.
Escolhi Caltech porque é considerada a melhor universidade na minha área. Fui inspirada pela série The Big Bang Theory, que apresenta cientistas de Caltech. A universidade tem um enorme departamento de astronomia, uma cultura de inovação e professores que são brilhantes e acessíveis. O fato de que ela administra o Laboratório de Propulsão a Jato (JPL) da NASA também foi um grande atrativo. Caltech é uma universidade pequena e única, com uma cultura muito específica que não é para todos.
Minhas Estatísticas
Meu GPA era 9,57 de 10, e eu estava em primeiro lugar na minha turma de 110 alunos. Minha escola seguia um currículo brasileiro padrão.
Eu fiz o SAT três vezes e obtive uma pontuação final combinada de 1450. Eu estava insegura sobre essa pontuação, mas o Caltech era "test-free" e não a exigia. Infelizmente, eles começaram a exigir o SAT novamente. Enviei minha pontuação para todas as outras universidades para as quais me candidatei. Para a proficiência em inglês, fiz o Duolingo English Test uma vez e obtive 145 pontos.
Atividades Extracurriculares
Quando eu tinha cerca de 11 ou 12 anos, depois de assistir ao documentário Cosmos, decidi que queria me tornar uma pesquisadora de astrofísica. Logo depois, ainda no ensino fundamental, participei da Olimpíada Brasileira de Astronomia e ganhei minha primeira medalha, o que me motivou a estudar astronomia por conta própria. Então, quando entrei no ensino médio, já sabia o que queria e usei esse tempo para experimentar como é trabalhar na área. Por isso me envolvi tanto em pesquisas, e acredito que esse "pico" claramente definido em uma área - impulsionado pelo meu valor pela excelência - foi o que realmente diferenciou minha candidatura. Concentrei minhas atividades extracurriculares na minha paixão por astronomia e astrofísica, acreditando que é melhor ser excelente em uma área do que apenas "bem-arredondada".
Caça a Asteroides: Participei de um programa onde analisei imagens e detectei cerca de 14 asteroides.
Pesquisa: Participei do NASA Space Apps Challenge e transformei meu projeto sobre tempestades solares em um projeto de feira de ciências. Também me juntei a um grupo de pesquisa na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), onde, até hoje, estou pesquisando a distribuição de galáxias.
Voluntariado e Ensino: Fiz parte da competição de foguetes MobFog, ganhando uma bolsa de pesquisa, e depois me tornei assistente de ensino.
Também fui voluntária em uma ONG chamada Sem Parar, que visa aumentar a participação feminina em olimpíadas científicas, onde dei aulas de astronomia e me tornei coordenadora de departamento.
Declaração Pessoal
Embora eu sempre tenha me sentido um pouco insegura sobre minha declaração pessoal, acredito que o que realmente equilibrou minha candidatura foi o conjunto de redações suplementares do Caltech. Eles tinham cerca de dez redações suplementares, o que me permitiu destacar diferentes aspectos de mim mesma com mais detalhes e profundidade, complementando as partes em que eu não me sentia tão confiante.
Minha declaração pessoal em si focou na minha curiosidade intelectual. Falei sobre minha infância, a influência dos meus pais e minha jornada de criança tímida e isolada até encontrar minha voz através da ciência. O objetivo era mostrar um lado mais pessoal e vulnerável de mim mesma, não apenas minhas conquistas.
Auxílio Financeiro
Fui admitida no Caltech e recebi uma bolsa de estudos baseada em necessidade financeira. O Caltech é uma instituição que considera a necessidade financeira no processo de admissão, o que significa que leva em conta a necessidade financeira dos candidatos e concede auxílio de acordo. Eu me candidatei ao auxílio usando o CSS Profile e enviei as declarações de imposto de renda dos meus pais. Diferentemente de algumas universidades americanas que garantem um pacote de auxílio financeiro por quatro anos, o Caltech revisa o auxílio anualmente—então, embora eu tenha recebido inicialmente uma bolsa para o meu primeiro ano, preciso me candidatar novamente ao auxílio financeiro a cada ano.
Experiência da 1ª Semana
Minha primeira semana no Caltech foi a orientação para Estudantes Internacionais, que foi ao mesmo tempo empolgante e avassaladora. O Caltech tem um sistema de moradia único onde os novos estudantes passam as duas primeiras semanas "rotacionando" por oito dormitórios diferentes para experimentar suas culturas distintas antes de classificar suas preferências.
Essas duas semanas foram cheias de momentos espontâneos de comunidade: jantares compartilhados, sessões de estudo noturnas onde ficávamos acordados discutindo sobre listas de exercícios, conversas improvisadas nos salões e tradições amigáveis das casas. Uma noite, uma colega de classe até me convidou para jantar em sua casa fora do campus; em outra noite, nós vagamos para assistir às lanternas sendo acesas em um dos pátios dos dormitórios.
Me impressionou que, apesar do rigor acadêmico intenso do Caltech, há um lado notavelmente caloroso e humano na vida estudantil!
Experiência Geral
Meu processo de adaptação foi muito difícil, principalmente porque o Caltech é uma escola extremamente rigorosa. As aulas são de nível super avançado; nossa primeira aula de matemática, por exemplo, nem sequer é cálculo, mas "análise real".
Honestamente, não há um equilíbrio real entre a vida pessoal e acadêmica aqui. Tudo gira em torno dos estudos. Mesmo quando não estamos em aula, estamos fazendo pesquisa ou trabalhando em algum projeto. Acho que a identidade de muitas pessoas, incluindo a minha, acaba se centrando muito em nossa área de estudo. Esse "desequilíbrio intencional" é simplesmente parte da cultura única do Caltech.
Achei mais difícil fazer amigos aqui do que no Brasil. A cultura é muito diferente, e sinto que temos um "calor brasileiro" único que é difícil de encontrar em outros lugares. Embora tenha sido desafiador, o tamanho pequeno da turma de graduação (apenas cerca de 200 alunos por ano) facilitou conhecer as pessoas, e consegui fazer alguns bons amigos.
Planos Após a Graduação
Como minha área é muito acadêmica, meu próximo passo natural é ir para a pós-graduação e obter um doutorado. Planejo me candidatar a programas de doutorado durante meu último ano para poder continuar minha pesquisa. Também estou interessada no lado da indústria, particularmente na interseção entre exploração espacial e economia. Mas, por enquanto, meu plano principal é buscar um doutorado e continuar trabalhando em pesquisa.
