Experiência no Ensino Médio

Nasci e cresci no Cazaquistão, começando no sul e depois me mudando para a capital, Astana. Durante minha infância, meus pais estavam sempre em busca da melhor escola para mim, o que me levou a mudar de escola várias vezes. Mas conforme fui crescendo, decidi tomar as rédeas da minha educação e encontrei uma escola que se adequava melhor a mim.

A escola cazaque-turca que acabei frequentando era única, pois era mista e tinha professores de alto nível no Cazaquistão. Foi lá que realmente comecei a descobrir minhas paixões e interesses. Aprendi que é importante focar em seus pontos fortes em vez de tentar corrigir suas fraquezas. Como muitos estudantes ambiciosos, eu sonhava em frequentar uma universidade da Ivy League e ganhar uma bolsa de estudos. Para me destacar e encontrar minhas paixões, me envolvi em vários projetos sociais e de voluntariado. Por exemplo, organizei um evento de Ano Novo para crianças com doenças cardíacas e arrecadei dinheiro para comprar livros e jogos para elas.

Como decidi estudar na OCAD University no Canadá

Lembro-me de ter o coração decidido a frequentar uma universidade da Ivy League nos EUA, mas meus pais não tinham certeza se era isso que eu realmente queria. Eles me aconselharam a considerar toda a experiência universitária, até mesmo coisas como o clima e a paisagem da cidade, e me perguntar onde eu seria feliz. Fui incentivada a pensar além da Ivy League e considerar países mais seguros, como Singapura ou Finlândia. Eu não estava interessada em nenhuma dessas opções, mas meu namorado (agora marido) e sua mãe sugeriram o Canadá. Foi um bom compromisso porque tinha uma cultura semelhante à dos EUA, mas também era uma opção segura.

Comecei a pesquisar universidades no Canadá, mas ainda não sabia qual curso estudar. Meus pais sugeriram procurar uma agência para nos ajudar, mas logo descobri que as agências estavam apenas promovendo suas universidades parceiras. Tomei as rédeas da situação e comecei a procurar universidades por conta própria. Foi então que me deparei com a OCAD University, a maior universidade de arte e design do Canadá. Eu também tinha um orçamento limitado e, felizmente, as mensalidades eram acessíveis.

Eu não conhecia ninguém que tivesse estudado naquela universidade, então foi um grande salto, mas quando recebi minha carta de aceitação da OCAD, fiquei nas nuvens.

Processo de Candidatura

Os detalhes das etapas de candidatura estão descritos no site da OCAD: https://admissions.ocadu.ca/apply/guide-admissions

Primeira etapa - documentos da candidatura

O portal de candidatura é semelhante ao Common App, mas é uma versão canadense que permite que você se candidate a várias universidades no Canadá. Falando de documentos, em primeiro lugar, uma boa pontuação no IELTS de cerca de 6,5 é muito importante. Eu também fiz o SAT, mas minha pontuação geral não foi alta o suficiente para enviar, então optei por enviar minhas pontuações dos SAT de matérias específicas. Fiz os Testes de Matérias de Matemática I e II, e minhas pontuações foram altas o suficiente.

Junto com minhas notas e cartas de recomendação dos professores, também me esforcei muito na minha redação motivacional. Eu queria me destacar entre as milhares de outras candidaturas, então li redações de estudantes que foram aceitos em universidades da Ivy League para ver o que as tornava únicas. Eu queria mostrar que eu era mais do que apenas uma aluna esforçada e boa. Queria mostrar minha personalidade, criatividade e mente aberta.

Segunda etapa - Portfólio de Design

Também era obrigatório enviar um portfólio para a minha candidatura à universidade. Mesmo não tendo experiência prévia em design, acabei incluindo meus trabalhos feitos no Adobe Illustrator e After Effects que faziam parte de projetos escolares ou que eu fiz por diversão. O portfólio era digital e a universidade era muito flexível sobre o que poderia ser incluído.

Ao compilar meu portfólio, eu não queria focar apenas nas minhas habilidades artísticas. Em vez disso, queria mostrar minha personalidade e o processo de pensamento por trás de cada projeto. Mesmo que os projetos em si não fossem os melhores, incluí uma breve mensagem explicando minha visão e perspectiva para cada peça.

Terceira etapa - Entrevista

Alguns dos meus colegas relataram que também tiveram uma terceira etapa, que era uma entrevista onde eram feitas perguntas para avaliar sua atitude. No entanto, eu não tive essa etapa e consegui minha admissão sem uma entrevista.

Como os estudantes são avaliados

Descobri que o que ajuda você a entrar depende do curso para o qual está se candidatando. Para alguns cursos, as notas são cruciais, pois a taxa de aceitação é muito baixa, enquanto para outros, as habilidades são mais importantes. Por exemplo, os cursos de design gráfico têm altos requisitos de portfólio. Mas outros cursos, como o meu, são mais inclusivos e focam na adequação, avaliando a pessoa como um todo, em vez de apenas suas habilidades e notas.

Mensalidades e Custo de Vida

As mensalidades para o meu curso eram de CAD 19.000 por ano, o que atualmente equivale a cerca de 14.000 dólares americanos. Isso era relativamente mais barato em comparação com outras universidades, como a Universidade de Toronto, que custava mais de CAD 40.000 por ano.

Viver em Toronto, uma cidade bastante cara, foi difícil, pois tive que encontrar um apartamento estúdio seguro e acessível, que acabei alugando por CAD 1.200. Minha universidade não tem um campus nem dormitórios para estudantes, então eu morava na cidade.

A própria universidade não oferecia bolsas de estudo, mas me informaram que havia algumas bolsas canadenses disponíveis. Também sei que outras universidades, como a Universidade de Toronto e a Universidade York, ofereciam bolsas de estudo e auxílios para estudantes internacionais.

Como escolhi meu curso: Digital Features

Digital Features é basicamente um campo multidisciplinar que combina tecnologia e design. É uma mistura de engenharia elétrica e diferentes tipos de design, como design de produto e design gráfico. O objetivo era nos expor a todo tipo de coisa e nos ensinar a aprender, para que pudéssemos seguir nossas paixões e construir uma carreira em forma de T.

Na adolescência, tive dificuldade em descobrir meu talento e paixão. Mas então li o livro de Ken Robinson, "O Elemento", e isso mudou minha vida. Ele diz que não precisamos ser bons em apenas uma coisa, mas devemos seguir aquilo que nos apaixona e nos dá energia. Fazendo as perguntas certas a nós mesmos, podemos descobrir quem realmente somos. Descobri que Digital Features era perfeito para mim!

Programas de Estágio Cooperativo

Minha universidade oferece programas de estágio cooperativo onde os estudantes podem obter experiência de trabalho valiosa. Esses programas são muito populares no Canadá, talvez em toda a América do Norte. Tive a oportunidade de trabalhar com alguns grandes nomes da indústria, incluindo Ubisoft, a cidade de Toronto e IMAX. Avançando para hoje, agora sou uma designer de produto trabalhando remotamente para uma startup de FinTech canadense e baseada em Dubai. Sou muito grata pela experiência prática que recebi através dos meus programas de estágio cooperativo!

A vida após a formatura

A universidade tem sido muito útil mesmo após a formatura. Eles continuaram me enviando e-mails sobre diferentes feiras de carreira e oportunidades de emprego. Como estudante internacional que estudou em tempo integral, eu era elegível para uma autorização de trabalho de três anos mesmo que ainda não tivesse encontrado um emprego. Claro, eu não podia simplesmente ficar parada sem um trabalho, então me candidatei a uma variedade de empregos em áreas como wearables, design gráfico, revistas editoriais e design de produtos para startups em estágio inicial. Era uma mistura aleatória de possibilidades, mas eu queria ver o que aconteceria.

Ao mesmo tempo, eu estava em um relacionamento com meu namorado, com quem vim para o Canadá. Juntos, começamos a pensar sobre nossa visão de longo prazo para nossas vidas. Percebemos que não queríamos seguir um caminho de carreira tradicional no Canadá e nos interessamos por empreendedorismo. Viver no Canadá parecia uma boa ideia no início, mas a ideia de ficar presa aqui por 7 anos esperando pela cidadania era assustadora. Acabei percebendo que voltar para o Cazaquistão me daria a oportunidade de experimentar a vida empreendedora enquanto teria um forte sistema de apoio em casa.

Assim que voltamos para casa, a pandemia começou e eu decidi conseguir um emprego remoto em uma startup para continuar crescendo e aprendendo. Acabei sendo contratada pela humbleteam, uma grande agência de design europeia. Depois, mudei para o setor de FinTech, onde agora sou Designer de Produto Sênior liderando a equipe de design. Também tenho pequenos projetos com meu marido em startups de tecnologia, incluindo uma baseada em ciência onde estamos construindo o MVP. Todos os meus projetos são uma jornada infinita de exploração!