Antecedentes

Olá, sou a Ioana e sou de Bucareste, Romênia! Atualmente, estou no quarto ano de um duplo diploma em Economia e Sociedade na Sciences Po, Campus de Nancy. No ensino médio, eu era uma pessoa muito ativa e envolvida em uma ampla gama de atividades:

• Primeiramente, fiz uma quantidade considerável de trabalho voluntário. Ajudei em vários festivais de teatro, bem como em conferências TED. Também fui líder estudantil durante os dias de portas abertas da minha escola.

• Fui membro do clube de teatro e competi em vários festivais nacionais de teatro, onde até ganhamos alguns prêmios. Também estive envolvida no departamento de música da escola, onde cantei e toquei piano.

• Por dois anos, fui voluntária como professora em uma ONG chamada Policy Center for Roma and Minorities, fundada por um ex-conselheiro da ONU. Ensinei matemática, romeno e línguas estrangeiras para crianças, e também brincávamos e fazíamos atividades criativas. Durante a pandemia, continuei dando aulas online.

• No 10º ano, liderei a delegação estudantil romena para o concurso Euroscola organizado pelo Parlamento Europeu. Fiz um discurso sobre a importância da educação na Romênia, e nossa equipe se concentrou no tema dos valores europeus. Também co-liderei o Conselho de Energia na simulação do Parlamento Europeu.

• Fui locutora de rádio por quase três anos, fazendo locuções para anúncios e participando de campanhas para uma das principais estações de rádio da Romênia. Fazia parte da plataforma jovem deles e tinha sessões regulares a cada dois dias. Eu dava breves atualizações de notícias, falava sobre geopolítica, concursos e outros tópicos relevantes para pessoas da minha idade.

• Também me concentrei muito em línguas estrangeiras durante o ensino médio. Na época, estava aprendendo inglês, francês e alemão, e obtive certificados nas três línguas. Curiosidade: na verdade, comecei a aprender alemão no jardim de infância, antes mesmo de falar inglês!

Gestão do Tempo

Meu horário no ensino médio era muito intenso - eu geralmente saía de casa por volta das 7h e retornava por volta das 22h. Durante o verão, eu continuava muito envolvida em festivais de teatro.

O que funcionou melhor para mim foi priorizar com base no que era mais importante em um momento específico. Por exemplo, só comecei a estudar para o meu Baccalaureate em março, porque meu foco era entrar em uma universidade de ponta - uma que não exigia uma pontuação alta no Baccalaureate. Eu não queria perder outras oportunidades focando muito cedo no exame. No 1º e 2º ano do ensino médio, eu sempre reservava dias inteiros para estudar antes das principais provas. Mas todo outro momento de tempo livre, eu dedicava às atividades extracurriculares! Dito isso, toda semana eu fazia questão de manter um dia para mim, geralmente para sair com amigos ou relaxar sem me preocupar com nada.

Por que escolhi Ciência Política

Escolhi ciência política porque o projeto Euroscola realmente despertou meu interesse na área; passei por todo o processo de fazer um discurso, e simplesmente senti que era perfeito para minha personalidade. Eu estava genuinamente apaixonada pela União Europeia, e todas as oportunidades que temos como cidadãos da UE me empurraram nessa direção. Minha paixão por economia veio da minha formação no ensino médio - eu estava em uma turma de matemática e ciência da computação, então sempre fui rápida com números e gostava de trabalhar com eles.

Me candidatei a três universidades: Sciences Po (França), UVA e Leiden (Holanda). Minha mentalidade era: "Vai com tudo ou não vai", então se eu fosse me esforçar para me candidatar, só faria isso para uma universidade do top 20.

Descobri a Sciences Po no 2º ano do ensino médio quando um amigo francês me falou sobre ela. A primeira coisa que fiz foi verificar o ranking de universidades QS para ciência política. Ao olhar os campi (são sete), percebi que queria estudar a União Europeia. No entanto, esse programa específico era principalmente em francês, então comecei a aprender francês no final do 2º ano para passar na entrevista e ser elegível. Escolhi a Sciences Po por causa de sua reputação - tanto na Europa quanto globalmente. É a segunda melhor escola de ciência política do mundo e tem uma reputação inabalável. Eu sabia que isso abriria muitas portas para mim. Além disso, morar na França era um sonho meu há muito tempo!

Quando me candidatei à Sciences Po, vi que eles tinham duas opções de duplo diploma - uma com a UCL em Londres e outra com a Freie Universität em Berlim. Como eu tinha estudado alemão a vida toda, esta fazia mais sentido para mim. Também sou uma pessoa muito competitiva, e no segundo em que ouvi que havia apenas 28 vagas para o programa, fiquei instantaneamente fisgada. O fato de ser uma parceria franco-alemã fez com que parecesse ainda mais lógico e alinhado com minha formação.

Processo de Admissão

Meu Deus, foi longo! :) Envolveu oito redações e duas entrevistas separadas - uma para o programa regular e outra para o programa de dupla diplomação. O prazo também era por volta do Natal, o que adicionou mais estresse.

Todo o processo foi de tirar o fôlego. Um dos amigos do meu pai se ofereceu para me ajudar a escrever minhas redações. Meus pais foram incrivelmente solidários emocionalmente, mas, na realidade, só eu sabia os detalhes. Os responsáveis pela admissão não exigiam um certificado de idioma, mas recomendavam, então eu enviei o meu mesmo assim.

Passei meses me preparando. Ainda me lembro da entrevista - foi literalmente o pior cenário possível! Eu tinha lido no site que as entrevistas seriam em inglês, então foi para isso que me preparei. Comecei a entrevista com o diretor, e a primeira coisa que ele disse foi: "A entrevista será em francês, já que você estudará em francês." Fiquei completamente chocada - eu só tinha um nível B1 em francês e mal conseguia formar uma frase completa sem cometer um erro! Mas acho que esse momento acabou funcionando a meu favor; me forçou a ficar focada e apenas tentar o meu melhor. Acredito que também me deu o benefício da dúvida: eu era uma candidata romena que tinha feito muito, conhecia bem a política europeia e atividades extracurriculares, e consegui realizar uma entrevista inteira em francês. Isso mostrou que eu podia me adaptar rapidamente.

Embora o processo de admissão tenha sido exaustivo e longo, valeu 100% tudo o que investi nele.

Escrevendo os Ensaios

Eu tinha três ensaios que eram orientados para declarações. Um perguntava sobre meu interesse em ciências sociais, onde falei sobre como a mudança na sociedade decorre de múltiplos fatores. Sempre que vemos mudanças ao nosso redor - onde vivemos ou nos países que acompanhamos - elas sempre vêm de fatores econômicos, legais ou políticos. Falei sobre como eu queria fazer parte da mudança que impulsionava a inovação e evolução desses sistemas e como eu queria entendê-los.

Eu tinha um ensaio sobre por que escolhi este campus, onde foquei muito no meu interesse pelo espaço franco-alemão, nos idiomas, no projeto Euroscola que liderei, no projeto do Parlamento Europeu e nos cursos que eles estavam oferecendo no campus.

E eu tinha outro sobre que tipo de cursos eu fiz no ensino médio que me ajudariam na Sciences Po, onde falei sobre como a matemática me ensinou a aprender coisas muito rapidamente, e como isso me ajudaria muito nos meus estudos. Falei sobre línguas estrangeiras e como elas me ajudam na comunicação, e como definitivamente serão úteis na Sciences Po.

Taxas universitárias e trabalho em tempo parcial

Felizmente, como Sciences Po é uma universidade semi-privada e semi-pública, a taxa de matrícula máxima que você pode pagar é de €16.000. Ela é baseada na renda dos seus pais, e eles calculam quanto você deve pagar de mensalidade.

Eu fiz vários trabalhos paralelos durante a universidade. Comecei trabalhando para algumas ONGs, fazendo pesquisas, e depois comecei a trabalhar na Upgrade como mentora. Na Sciences Po, trabalhar era bastante difícil junto com os estudos, porque a Sciences Po é uma universidade que exige muito trabalho. Eu tinha que estar em aula 25 horas por semana, fazer avaliações toda semana; eu fazia muito trabalho nos fins de semana.

Eu conseguia ter um horário flexível. Quando me mudei para Berlim e comecei a trabalhar em mais empregos ao mesmo tempo, minha estratégia era agrupar todas as minhas aulas em dias específicos para preenchê-los, depois usar todos os meus dias livres para trabalhar, e garantir que pelo menos três tardes por semana ficassem relativamente livres para trabalhos, exames ou outras coisas que eu estava preparando. Eu também saía cerca de 2-3 vezes por semana, então eu era uma pessoa muito ativa. É muita coisa para absorver, mas definitivamente valeu a pena; eu não mudaria nada disso.

Eu não me lembro exatamente da mensalidade da Sciences Po porque era calculada a cada ano, mas para a Freie, era €660/ano. Na França, incluindo viagens (eu costumava viajar bastante), acomodação e custos gerais de vida, eu precisava de cerca de €15-17 mil/ano. Em Berlim, a acomodação é um pouco mais cara - cerca de €1.000/mês.

Primeira Impressão

Os dois primeiros meses foram realmente difíceis, mesmo tendo eu obtido uma média de cerca de 9,90/10 no ensino médio. Todos ao meu redor haviam sido selecionados a dedo - os melhores de suas escolas, cidades ou até países - e eu me vi de repente rodeada por pessoas tão competitivas e de alto desempenho quanto eu.

Levei um tempo para me ajustar, mas lembro-me de ficar completamente fascinada com o quão interessantes eram as aulas e quantas oportunidades tínhamos no campus para atividades extracurriculares e conferências. Ainda assim, eu tinha que me posicionar bem desde o início - tanto em relação aos outros estudantes quanto aos professores - então fiz tudo o que pude nos dois primeiros meses para provar meu valor. Foi definitivamente um exercício de autoconfiança.

Desde o momento em que cheguei ao Sciences Po, me envolvi no concerto musical que abriu o ano acadêmico. Essa foi minha estratégia: participar de tantos projetos extracurriculares quanto possível para conhecer pessoas e construir amizades. Também me candidatei a delegada estudantil no primeiro mês e fiz campanha durante minhas primeiras semanas lá. No segundo mês, já estava envolvida na organização de eventos, ajudando a organizar festas estudantis e eventos do campus.

Para mim, tratava-se de provar meu valor ou deixar a experiência me dominar, e não de uma maneira positiva. Eu tinha que mostrar a mim mesma que podia lidar com as coisas sozinha. Eu sabia que meus pais e eu tínhamos investido tanto tempo e esforço nessa jornada - e eu queria que valesse a pena.

Quando você está no ensino médio, pode parecer intimidante entrar em contato com estudantes que estudaram no exterior. Você pode se sentir constrangido, inseguro sobre o que perguntar ou preocupado em parecer desesperado ou insistente.

Mas a verdade é que os estudantes do ensino médio não devem hesitar em conversar com aqueles que já passaram pelo processo. Eles podem dar respostas reais e orientações valiosas. E se alguém precisar de ajuda, eles sabem onde nos encontrar - através do Upgrade. Estamos sempre prontos para apoiar os estudantes de todas as formas possíveis.

Fazer perguntas é altamente encorajado na universidade, então se você não está fazendo isso agora, será incentivado a fazê-lo quando chegar lá. Melhor se acostumar cedo!

Cursos na Sciences Po e na Freie

No primeiro ano, os cursos são multidisciplinares: economia, política, sociologia, história, instituições de ciência política e filosofia. Você também faz matemática, disciplinas eletivas, esportes e cursos artísticos.

No segundo ano, você escolhe sua especialização. Há Política e Governança (uma mistura de ciência política e direito), Humanidades Políticas (que combina história e filosofia) e Economia e Sociedade, que foi o que eu escolhi. Essa especialização combina economia, economia política, ciência política e sociologia.

Dependendo do seu programa, a estrutura muda ligeiramente. Se você estiver em um programa de dupla diplomação como eu estava, seus dois últimos anos são concluídos na universidade parceira, onde você obtém um diploma de bacharel completo. Se você estiver no programa regular de três anos, seu terceiro ano é obrigatoriamente de intercâmbio. A Sciences Po tem muitas universidades parceiras, então você pode estudar praticamente em qualquer lugar.

Na Alemanha, eu fiz um curso completo de ciência política. Muitas das aulas focavam na Alemanha, embora eu também tenha feito cursos sobre o Oriente Médio, IA, finanças offshore e diplomacia cultural. A estrutura lá era mais flexível e menos rigorosa em comparação com a Sciences Po.

Estágios

Os estágios são obrigatórios na Sciences Po, e eu completei dois durante meu tempo lá, ambos em ONGs.

O primeiro focou em serviços de proteção à criança. Trabalhei em jornalismo e ajuda humanitária, baseada na Estação Ferroviária do Norte na Romênia. Ajudei com a logística para refugiados ucranianos passando pelo ponto de trânsito, gerenciei acomodações, cuidei de crianças, traduzi e apoiei vítimas de violência de gênero. No meu segundo ano, estagiei como tutora de francês para uma ONG francesa chamada Secours Populaire, onde ensinei francês para uma família de refugiados albaneses.

Na Alemanha, comecei a trabalhar há um ano como assistente de pesquisa em informática empresarial. Agora estou me preparando para um estágio de pós-graduação que começa em agosto, já que estou tirando um ano sabático antes de iniciar meu mestrado.

Ser Mentora na Upgrade

A Upgrade foi fundada em 2017 por Tinu, que se formou em Harvard e retornou à Romênia após trabalhar nos Estados Unidos por um tempo. Ele queria ajudar estudantes que almejavam estudar internacionalmente.

Descobri a organização no meu primeiro ano de universidade e imediatamente quis me envolver. Eu sabia o quão difícil o processo de candidatura poderia ser, e vi que eles estavam procurando mentores. Quando me juntei, assumi vários estudantes - e adorei absolutamente! É incrivelmente gratificante dedicar tanto tempo ajudando os outros e depois vê-los realmente entrar nas escolas dos seus sonhos, sabendo que você fez parte disso. Acho que todos nós na Upgrade - falando da minha própria experiência como mentora - tratamos os estudantes como irmãos mais novos.

Com o tempo, me envolvi mais diretamente no trabalho com os estudantes para construir planos de admissão estruturados - ajudando-os a descobrir quais universidades se encaixavam melhor neles, quais programas especiais se alinhavam com seus objetivos, ou quais cursos se adequavam mais precisamente aos seus interesses. Também comecei a apresentar webinars, que são nossa forma de manter os estudantes informados e retribuir a qualquer pessoa que sonhe em estudar no exterior.

Existem cerca de 150 mentores na Upgrade, localizados em todo o mundo. A cada ano, apoiamos entre 500 e 600 estudantes. Também realizamos webinars em inglês, já que trabalhamos com estudantes internacionais.

Meu Conselho para Você: Esteja Preparado para Falhar!

Você precisa estar preparado para o fracasso. Se sua experiência no ensino médio foi tranquila, pode ser difícil lidar com contratempos. Uma coisa que eu gostaria que alguém tivesse me dito antes é que o fracasso frequentemente leva a melhores oportunidades - e que você não deve levar isso para o lado pessoal.

O mercado de estágios está extremamente difícil agora para os estudantes. Na Alemanha, me candidatei a cerca de 100 estágios. A cada rejeição, ficava mais difícil de lidar. Mas eu me lembrava do conselho que dei aos meus próprios alunos no Upgrade sobre como lidar com rejeições de universidades - e apliquei essa mentalidade a mim mesma. Praticar o que você prega realmente funciona: acabei conseguindo um estágio incrível, um dos mais competitivos para os quais me candidatei.

No Upgrade, nos concentramos muito em ajudar os alunos a entender que é a jornada que importa - as coisas que eles fazem, como crescem e as maneiras como se desenvolvem ao longo do caminho. Isso é o que, em última análise, molda sua experiência acadêmica e pessoal. Como estudante do ensino médio, é revigorante ouvir que até mesmo os contratempos e caminhos laterais contribuirão para o seu quadro geral. Mesmo quando algo não dá certo, ainda se torna parte da base que você está construindo como pessoa.