Olá! Meu nome é Raphael Durval, e fui aceito na Universidade de Notre Dame, turma de 2029. Aqui está como eu consegui!

Minha Trajetória

Eu era um aluno bolsista por mérito em uma escola de bairro no Rio de Janeiro chamada Colégio Pentágono. Embora fosse uma escola particular forte academicamente, não tinha foco em candidaturas para universidades internacionais—então, frequentemente, eu me via ensinando a escola sobre o processo, em vez do contrário.

Financeiramente, venho de uma família de classe média. Mesmo tendo frequentado uma ótima escola particular com bolsa de estudos, a falta de apoio para candidaturas internacionais tornou a jornada mais desafiadora. Só descobri o processo de candidatura no final do meu segundo ano do ensino médio, o que me deu menos de um ano e meio para aprender tudo e preparar minha inscrição.

Candidatando-se no Exterior e nos EUA

No início, eu não sabia nada sobre o processo de candidatura para faculdades. Então, um amigo meu, que também estava se candidatando, me disse: "Ei, você deveria tentar o Model UN."

Então eu tentei e acabei adorando. Eu sempre gostei dos assuntos gerais que discutimos no MUN — países, política, história, tudo isso. Me envolvi no MUN e, por ser uma atividade extracurricular tão importante, naturalmente acabei aprendendo mais sobre o mundo das candidaturas também.

O principal motivo pelo qual eu queria estudar no exterior era o aprendizado de idiomas. Cheguei até a considerar outras regiões — na verdade, não me candidatei a elas, mas pesquisei opções em lugares como Europa e até mesmo Ásia. Embora muitos programas sejam em inglês, as universidades nessas regiões geralmente oferecem uma ótima infraestrutura para o aprendizado de idiomas, o que realmente me atraiu.

Minhas principais motivações eram a vantagem acadêmica, a capacidade de aprender idiomas e as oportunidades de carreira.

No final, decidi optar pelas universidades dos EUA devido à proximidade com lugares como Boston, Nova York e Washington D.C., que são grandes centros de organizações internacionais.

Aprovações

Eu me candidatei a 16-17 universidades e fui aceito em três, incluindo a Georgetown University e a American University. No final, decidi me comprometer com a University of Notre Dame devido a uma oferta de bolsa de estudos.

Por que Notre Dame?

Notre Dame sempre esteve no meu radar, em parte porque venho de uma família tradicionalmente católica, e a universidade tem um forte foco em serviço comunitário, o que realmente se alinha com minha formação. Eles enfatizam o serviço como parte fundamental do perfil do estudante — buscam ativamente alunos que estejam envolvidos em trabalhos significativos de serviço à comunidade.

Embora eu não tivesse atividades extracurriculares específicas relacionadas à igreja, muitos dos meus envolvimentos estavam ligados ao ativismo educacional e serviço comunitário, como campanhas de doação e projetos de impacto social.

Na verdade, escolhi Notre Dame porque recebi uma bolsa integral. Fiquei muito feliz com isso, especialmente porque este ano (para a turma que ingressa em setembro), 43 brasileiros foram admitidos — um recorde histórico. Notre Dame tem uma política de auxílio financeiro muito generosa para estudantes internacionais. Eles atendem integralmente às necessidades financeiras e são "need-blind", o que os diferencia de muitas outras universidades.

Estatísticas e Dicas

Terminei o ensino médio com uma média de 9,3/10 e fui o primeiro colocado da minha turma de formandos. Obtive uma pontuação de 140/160 no DET.

Sempre fui bastante básico quando se trata de estudar. Para mim, o melhor método era pegar um caderno e fazer resumos. Depois, ler o material várias vezes, meio que como se eu fosse um ator me preparando para um papel em um filme.

Para o DET, recomendo muito o canal do YouTube "Teacher Luke". O conteúdo dele é um excelente recurso para estudar e se preparar efetivamente para o exame.

Atividades Extracurriculares

Minha primeira e principal atividade extracurricular foi o Carioca MUN. Começou de forma bastante casual—três de nós brincando durante uma simulação de Modelo das Nações Unidas sobre criar nosso próprio evento online. Então, nós fizemos. Temos dois pilares principais: um são as oportunidades acadêmicas para estudantes universitários no Brasil e o outro é o processo de candidatura para universidades nos EUA.

Originalmente, o Carioca MUN era apenas nós três querendo realizar nosso próprio evento de simulação. Era para ser único. Mas pouco a pouco, começamos a falar mais sobre coisas que gostávamos—tópicos de relações internacionais, postando conteúdo relacionado a esses interesses e simulação. Começamos a convidar jovens de escolas particulares e públicas para participar de simulações presenciais. Formamos delegações e organizamos simulações online de nossas localizações. Como não tínhamos financiamento, focamos em estudantes que nunca haviam participado antes, levando-os para simulações ao redor do Rio de Janeiro, que tem muitas oportunidades de simulação.

Gradualmente, também começamos a nos envolver com eventos internacionais, como o G20. Hoje, produzimos conteúdo sobre Modelo das Nações Unidas, notícias globais, e regularmente levamos jovens para simulações da ONU. Também fomos convidados várias vezes para escolas públicas para falar sobre oportunidades acadêmicas e compartilhar nossas jornadas.

Eu também fundei uma campanha humanitária para sobreviventes de enchentes urbanas em São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Foram três momentos distintos, mas envolveram o mesmo grupo central de pessoas. Transformamos nossa escola em um centro de coleta de doações. Em todas as campanhas, coletamos mais de 3,5 toneladas de ajuda humanitária.

Participei extensivamente do Modelo das Nações Unidas, ganhando prêmios em Princeton, Yale, Harvard e várias simulações nacionais. Também usei simulações para praticar inglês acadêmico, o que me ajudou muito, já que é difícil obter exposição a esse nível de linguagem fora do estudo formal.

Outras atividades das quais participei incluíram ser o representante do conselho estudantil e orador da formatura na minha escola; participar do curso de verão no New York Times e ser o capitão do time de vôlei da minha escola.

Meu Statement Pessoal

Eu queria que meu statement pessoal brincasse com o conceito de história — tanto como disciplina acadêmica quanto como minha própria história pessoal. Então, comecei com uma reflexão sobre o que "independência" significa de uma perspectiva histórica. Não busquei uma definição de dicionário ou algo assim, simplesmente afirmei que, na história, a independência é frequentemente vista como sinônimo de força.

Em seguida, trouxe um exemplo: escrevi sobre como os revolucionários brasileiros que lutaram contra o colonialismo português me inspiraram durante minhas aulas de história. Mas logo depois, adicionei uma reviravolta: "No entanto, devo admitir — eu odeio independência."

Expliquei como fui criado na casa da minha avó porque meus pais estavam sempre trabalhando ou estudando. Durante minha infância e, honestamente, a maior parte da minha vida, tive contato muito limitado com eles durante o dia. Isso me levou a me tornar extremamente autossuficiente. Tive que cuidar de mim mesmo, estudar sozinho e descobrir as coisas por conta própria, especialmente quando cheguei ao último ano do ensino médio.

Mas, embora eu tenha aprendido a ser independente, nunca deixei de sentir muita falta dos meus pais. Aproveitei a oportunidade no meu ensaio para explorar esse lado psicológico, o impacto emocional de crescer com presença parental limitada, apesar de saber que eles estavam fazendo tudo o que podiam por mim.

Foquei bastante no meu background, meu objetivo era destacar minha personalidade. Perto do final do ensaio, compartilhei uma memória que uniu tudo: durante as férias escolares, quando eu sentia mais falta dos meus pais, costumava ir trabalhar com eles na loja que possuíam. Essa experiência me fez perceber o quanto eles trabalhavam duro para me dar todas as oportunidades que eu tinha. Então sim, eu era independente. Mas nunca estive sozinho. Meus pais sempre estiveram lá por mim — eles sempre me apoiaram.

Auxílio Financeiro

Como mencionei anteriormente, recebi uma bolsa de estudos integral para frequentar a University of Notre Dame. Além disso, também tenho garantido um trabalho no campus.